sexta-feira, 8 de junho de 2007

Educação Pacifista

O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do MK Gandhi Institute,contou a seguinte história sobre a vida sem violência, na forma da habilidade de seuspais, em uma palestra proferida em junho de 2002 na Universidade de PortoRico:

"Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô haviafundado,e que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul. Vivíamos no interior,em meio aos canaviais, e não tínhamos vizinhos, por isso minhas irmãs e eusempreficávamos entusiasmados com a possibilidade de ir até a cidade para visitarosamigos ou ir ao cinema.

Certo dia meu pai pediu-me que o levasse até a cidade, onde participaria deumaconferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade.

Comoíamos até a cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos o dia todo, meu pai me pediu que tratassedealguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.Quando me despedi de meu pai ele me disse: "Nos vemos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos".

Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo.Distraí-me tantocom o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora.

Quando medeiconta eram 17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meupai. Eram quase 6 horas.

Ele me perguntou ansioso: "Porque chegou tão tarde?"Eu me sentia mal pelo ocorrido, e não tive coragem de dizer que estava vendoumfilme de John Wayne.

Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tiveraque esperar. O que eu não sabia era que ele já havia telefonado para aoficina.

Ao perceber que eu estava mentindo, disse-me: "Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade.

Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casaparapensar sobre isso".

Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começouacaminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação.

Não pude deixá-lo sozinho...guiei por 5 horas e meia atrás dele...vendo meu pai sofrer porcausa deuma mentira estúpida que eu havia dito.

Decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.

Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: "Se ele tivesse me castigado damaneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido alição?" Não,não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo.

Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.

Este é o poder da vida sem violência".

2 comentários:

Liz disse...

Eeeeeeeeee eu que te passei o textooooo <:o)

Teka disse...

Oi thiago, sou a teka, amiga da mar e dona do blog http://esquerdeando.blogspot.com
Adorei seu blog!! Queria até copiar um pouco do post sobre a policia que vc colocou ahahaha posso? E linkar ele no meu?
Achei seus textos interessantes!

 
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